quarta-feira, 21 de julho de 2010

A fuga

"Nós, que guardamos na memória, como num estojo precioso, as prolixas e caudalosas vigílias da rua Parera, cujo arco às vezes abrangia dois crepúsculos, o da tarde vespertina e o da manhã criança, não esqueceremos facilmente as divertidas diatribes de Loomis, causer infatigável, contra os metaforistas que, para significar uma coisa, a convertem em outra". (Borges e Adolfo Bioy Casares - Crônicas de Bustos Domecq)


metáfora é desvio,
exercício de poder
que encontra seu lugar
entre o mar e o rio,
banhando-se num e noutro
de acordo
com as conveniências de quem produz
a fuga da coisa em si.

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